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Canal Angelini discute o processo de luto nos tempos da Covid

São mais de 550 mil pessoas mortas pela Covid no Brasil. Mais de 3,5 milhões no mundo. Em 2020, luto foi a palavra do ano no Brasil. As cerimônias de despedidas para as vítimas de covid-19 foram proibidas por um bom tempo, em função dos protocolos de prevenção da doença. Com isso, o ritual do processo do luto foi alterado de forma definitiva.

Por isso, o Canal Angelini, da jornalista Cris Angelini, conversou com Ana Paula Reis, da PUC-RS, psicóloga clínica especialista em luto para entender como fazer o rito de despedida e vivenciar o luto nos tempos da covid-19. Ela começa a entrevista falando que passa pelo mesmo processo, com uma recente separação familiar, e conceitua a morte como ‘a finitude do custo do compromisso de amar’.

Como fazer o rito da perda e vivenciar o luto?

“Quando a gente ama, quer cuidar. A Covid não permite fazer companhia no hospital ou na UTI. A separação é imposta pelo vírus. Quando há morte de um ente, com Covid ou não, é preciso que amigos e familiares se façam presentes com orações, mensagens, flores e estarem abertos a ouvir, se oferecer para uma conversa”, explica a psicóloga.

A sensação de amparo é essencial. “É muito difícil encarar que uma pessoa que se ama vira estatística. Não existe preparação para o fim pela Covid. Estamos num luto coletivo. A fé é uma ferramenta que ajuda a passar por esse período. Hoje valorizamos o tempo, a vida, as despedidas e a fé”.

https://www.youtube.com/watch?v=rNWugA74k90 

5 sentimentos comuns no processo de luto

 

  1. Tristeza: é o sentimento mais comum, que aparece muitas vezes pelo choro. É comum também a pessoa sentir que será difícil rir de novo ou se alegrar.
  2. Saudade: a palavra que consta apenas no nosso idioma significa sentir falta de algo, desejar que o ente querido volte ou querer se encontrar com ele. Pode haver uma oscilação entre a saudade dolorida e outras vezes mais leve e doce.
  3. Raiva: sensação de frustração e injustiça e vontade de querer achar um responsável pela morte. Nesse estágio, é comum se revoltar contra o mundo, Deus ou contra si mesmo.
  4. Torpor: Às vezes a pessoa pode sentir um vazio ou não sentir nada. Essa ausência de sentimentos também é normal.
  5. Culpa e autocensura: aparece como um sentimento de não ter sido bom o suficiente, de desejar ter feito algo diferente ou mesmo ter evitado a morte do ente querido, às vezes, aparece como uma cobrança dura consigo mesmo.

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